sábado, 26 de outubro de 2013

Show de Jota Quest quebra a monotonia em LEM



LUCIANO DEMETRIUS

Sim, há público para estilos além do axé, forró (?), arrocha, sertanejo e pagode em Luís Eduardo Magalhães. Fora pequenos eventos realizados por grupos musicais da cidade, o show do Jota Quest no Avenida Quatro Estações na noite de 20 de setembro (ou na madrugada de sábado, dia 21) comprovou que o pop-rock tem vez em LEM. Apesar do público aparentemente não se equiparar ao que compareceu aos eventos “comuns” na região, a receptividade e o comportamento da plateia ilustraram um cenário favorável ao estilo musical em Luís Eduardo Magalhães.
É certo, porém, que alguns vícios ainda predominem e engessem o bom senso. É o caso da falta de agenda para as entrevistas coletivas, ao passo que os promotores dos eventos priorizem um tempo para que as tietes e os “parceiros” (?) posem para fotos ao lado dos artistas e belisquem autógrafos de seus ídolos. Nisso, falta maturidade. Outra mania é a de misturar show de rock com atrações nada compatíveis com o ritmo. Quem abriu a apresentação de Jota Quest foi a banda Cangaia de Jegue (intitulada “forró universitário”, abusou de pagodes e de sucessos tirados do fundo do baú do axé). Ninguém segura mais o tchan!
Eram exatas 2h17 e Rogério Flausino e sua trupe subiram ao palco e puxaram “Na Moral”. Conquistaram a plateia, que cantou junto com a banda que há menos de uma semana havia sido uma das atrações do palco principal do Rock in Rio. Em seguida, “Além do Horizonte” que evidentemente fez o público acima dos 40 anos lembrar-se do sucesso de Roberto Carlos e “entrar no clima”.
O repertório não fugiu à regra do rol de canções comerciais da banda (na dúvida, melhor não arriscar com novas canções ainda desconhecidas do público, principalmente quando ele é a incógnita). Certeira, a banda emendou “Encontrar Alguém”, “Mais Uma Vez”, “Já foi”, “Dias Melhores”. Pausa para conversar com o público e para arremessar a palheta da guitarra ao público.
“Sempre assim” continuou a festa, seguida por “Só Hoje” (uma das mais cantadas pelo público). Assim que Flausino se distraiu, uma fã subiu ao palco para tentar beijá-lo. O cenário era previsível: os seguranças contiveram a jovem a tempo e a conduziram para os bastidores. O vocalista e líder da Jota Quest rapidamente comentou que em outubro será lançado o novo disco (“Funk, funk, Boom Boom”) e comentou a experiência no Rock in Rio. E cantou “Mandou Bem”, a única inédita da noite.
Ao anunciar “Tempos Modernos”, enalteceu o colega Lulu Santos para seguir com “O Sol”, “De Volta ao Planeta dos Macacos” e encerrar o show às 3h26. O tradicional bis teve “Amor Maior”  e “Dias Melhores”, entremeadas pelo comentário “particularmente, amo o povo da Bahia” (quem sabe, para se redimir da polêmica de seus comentários a respeito do povo baiano que disseminou pela internet”). Nem precisava, o show já havia aparado as arestas. “Fácil” e “Do Seu Lado” completaram a noite, às 3h47. Enquanto a banda reuniu-se, de mãos dadas, para agradecer ao público, o sistema de som tocava “Diversão”, dos Titãs. Dias melhores virão para outros (bons) estilos musicais em Luís Eduardo Magalhães.

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