segunda-feira, 28 de outubro de 2013

DÊ UMA LIÇÃO AO SEU FILHO



O texto a seguir reencontrei em meio aos meus "achados e perdidos" nas inúmeras pastas do computador. Escrito em 3 de setembro de 2010, relata um período tenso, tenebroso pelo qual eu passava no ambiente familiar. À época, soava como válvula de escape. Passados três anos, rio com o enredo (o qual jamais quero novamente interpretar). Se o leitor acompanhar com a canção "Cegos do Castelo" (Nando Reis e Samuel Rosa). Divirta-se, caro internauta!

Se seu pimpolho for desobediente ou tiver mau desempenho na escola , proporcione a ele um pacote completo com a colônia de férias na “Casa das Trevas” (ou ilha quadrada de Skol). Situada na região da Eugênio Parolim, no bairro Parolim, em Curitiba, a “Casa das Trevas” conta com tudo o que é avesso ao que seu filho deseja ter. Após um período neste local, aquele “aborrescente” vai pensar duas vezes antes de retrucar ou descumprir suas ordens.
Na “Casa das Trevas” há itens essenciais para quem “sai da linha”. O cardápio é limitado – não por restrição financeira, mas por carência de ousadia -, as recreações são as mais entediantes possíveis, a sala de TV é com aparelho de tubo e aparelho de DVD que dificilmente é acionado. Sem direito à internet – pois não há computador no local – a “rede social” ao alcance de seu filho é a atualização da vida alheia da vizinhança. E por falar nos arredores, de cada janela da “Casa” é possível visualizar os domicílios dos vizinhos.
Nas horas vagas o hóspede vai ter acesso a relatos antigos, fofocas e falta de perspectiva. Apesar dos “atrativos”, o Ministério da Saúde recomenda que o limite máximo de permanência é de quatro dias, pois acima disso é arriscado que haja demência e inclinação à depressão ao cliente.
Portanto, antes de discutir qualquer assunto com seu filho, mostre a ele o que o futuro lhe reserva caso saia da linha. Sugira-lhe uma colônia de férias (ou sentença penal) na “Casa das Trevas”. Com certeza, seu filho vai ser outra pessoa!

Informações tétricas: (número de telefone excluído por questões legais) (não há celular no local e e-mail é assunto desconhecido).

CASA DAS TREVAS, AQUI A IMAGINAÇÃO E O BOM HUMOR SÃO PERSONAS NON GRATAS (NUM LUGAR SEM GRAÇA ALGUMA)

Ingestão eficaz




Sozinho! Pálido! Transgressor!

Não me convencem as notícias em demasia
como se o excesso de informações me ditasse normas para eu me letrar.

Nem vago, nem erudito. Talvez vago em meio à turbulência de dados.

Confuso. Inerte. Letargia que se instala e me corrói.

Os blocos rasurados são a fonte de trabalho.

A tela vazia do computador implora para ser preenchida.

Resisto. Olho pela janela a essência do tédio.

Árvores estáticas, sem derrubar uma mísera folha. O pó passeia sufocando o ar.

Desço as escadas na ânsia de encontrar o diferencial.

Mergulho no copo de cevada.

Enjoado do paliativo enganoso, peço outro copo. Vazio.

O conteúdo deixo por conta do meu ignóbil talento de coqueteleiro.

Encho-o de veneno. Copo com veneno. 

Saída.

sábado, 26 de outubro de 2013

Show de Jota Quest quebra a monotonia em LEM



LUCIANO DEMETRIUS

Sim, há público para estilos além do axé, forró (?), arrocha, sertanejo e pagode em Luís Eduardo Magalhães. Fora pequenos eventos realizados por grupos musicais da cidade, o show do Jota Quest no Avenida Quatro Estações na noite de 20 de setembro (ou na madrugada de sábado, dia 21) comprovou que o pop-rock tem vez em LEM. Apesar do público aparentemente não se equiparar ao que compareceu aos eventos “comuns” na região, a receptividade e o comportamento da plateia ilustraram um cenário favorável ao estilo musical em Luís Eduardo Magalhães.
É certo, porém, que alguns vícios ainda predominem e engessem o bom senso. É o caso da falta de agenda para as entrevistas coletivas, ao passo que os promotores dos eventos priorizem um tempo para que as tietes e os “parceiros” (?) posem para fotos ao lado dos artistas e belisquem autógrafos de seus ídolos. Nisso, falta maturidade. Outra mania é a de misturar show de rock com atrações nada compatíveis com o ritmo. Quem abriu a apresentação de Jota Quest foi a banda Cangaia de Jegue (intitulada “forró universitário”, abusou de pagodes e de sucessos tirados do fundo do baú do axé). Ninguém segura mais o tchan!
Eram exatas 2h17 e Rogério Flausino e sua trupe subiram ao palco e puxaram “Na Moral”. Conquistaram a plateia, que cantou junto com a banda que há menos de uma semana havia sido uma das atrações do palco principal do Rock in Rio. Em seguida, “Além do Horizonte” que evidentemente fez o público acima dos 40 anos lembrar-se do sucesso de Roberto Carlos e “entrar no clima”.
O repertório não fugiu à regra do rol de canções comerciais da banda (na dúvida, melhor não arriscar com novas canções ainda desconhecidas do público, principalmente quando ele é a incógnita). Certeira, a banda emendou “Encontrar Alguém”, “Mais Uma Vez”, “Já foi”, “Dias Melhores”. Pausa para conversar com o público e para arremessar a palheta da guitarra ao público.
“Sempre assim” continuou a festa, seguida por “Só Hoje” (uma das mais cantadas pelo público). Assim que Flausino se distraiu, uma fã subiu ao palco para tentar beijá-lo. O cenário era previsível: os seguranças contiveram a jovem a tempo e a conduziram para os bastidores. O vocalista e líder da Jota Quest rapidamente comentou que em outubro será lançado o novo disco (“Funk, funk, Boom Boom”) e comentou a experiência no Rock in Rio. E cantou “Mandou Bem”, a única inédita da noite.
Ao anunciar “Tempos Modernos”, enalteceu o colega Lulu Santos para seguir com “O Sol”, “De Volta ao Planeta dos Macacos” e encerrar o show às 3h26. O tradicional bis teve “Amor Maior”  e “Dias Melhores”, entremeadas pelo comentário “particularmente, amo o povo da Bahia” (quem sabe, para se redimir da polêmica de seus comentários a respeito do povo baiano que disseminou pela internet”). Nem precisava, o show já havia aparado as arestas. “Fácil” e “Do Seu Lado” completaram a noite, às 3h47. Enquanto a banda reuniu-se, de mãos dadas, para agradecer ao público, o sistema de som tocava “Diversão”, dos Titãs. Dias melhores virão para outros (bons) estilos musicais em Luís Eduardo Magalhães.